O ENSINO SIGNIFICATIVO PARA ADOLESCENTES E JOVENS ADULTOS NEUROATÍPICOS

O que é aprendizagem significativa? 

Existem diversos autores que tratam do tema: Aprendizagem Significativa. Atualmente, Ausubel é mais citado. Simplificando, Ausubel diz que os conhecimentos prévios dos estudantes devem ser reconhecidos para que os alunos consigam, dessa forma, construir suas próprias estruturas mentais que serão acessadas quando necessárias. Utilizando essa rede de conhecimento será possível ao aprendiz  descobrir e redescobrir outros e novos conhecimentos e, assim, o aprendizado será mais divertido e eficaz. Nesse sentido, vamos abordar nesse artigo sobre o ensino significativo para adolescentes e jovens adultos neuroatípicos.

Na Academia do Aprender, usamos parte dessa teoria em nossas aulas. Porém, o que é ensino significativo para mim, pode não ser para você e tudo bem. Mas e quando essa aprendizagem é necessária? De fato, alguns assuntos ou tópicos das disciplinas escolares não precisam ser aprofundados por todos. Porém, outras, são necessárias e fundamentais para a autonomia e independência. Elas ajudam a construir alguns saberes. 

Um exemplo: eu sou bióloga, então assuntos como Interação Gênica ou Taxonomia que são temas base pra mim, não precisam ser para você, que é da área de humanas. Porém, saber a importância e o motivo de tomar banho sozinho, escovar os dentes, cozinhar, a importância de ter documentos, como pegar um Uber, como manter sua casa limpa ou pagar uma conta, são conhecimentos que geram autonomia. 

Uma questão fundamental é como unir esses conhecimentos da vida real de forma significativa para adolescentes e jovens adultos autistas ou com outro transtorno de aprendizagem. Esse é um dos nossos desafios e uma das nossas metas!

Unindo conceitos

Vamos entender ao longo desse artigo sobre como transformar o conhecimento que adolescentes autistas ou neurodiversos tiveram ao longo de anos escolares em algo real e significativo.

Na escola esse aluno aprende matemática. Estamos falando de alunos autistas, pessoas com QI limítrofe e/ou dificuldade de aprendizagem. Ou seja, a matemática básica, aquela que ele precisa para aprender a receber ou dar um troco, para pagar um cinema, uma conta. Você deve estar pensando ‘Nossa, Dani! Você está limitando esse aluno!’ Muito pelo contrário, se o meu aluno autista, QI limítrofe, sabe com propriedade as quatro operações matemáticas ele pode ter uma vida social mais independente. Mas em nossas aulas, como eu já disse, vamos além.

Pegamos esse conteúdo que ele já sabe, que ele tem na bagagem e usamos de diversas formas, trazendo para o mundo real. Por exemplo, temos um módulo chamado: VIAGENS. O aluno escolhe um país que ele gostaria de ir e nós inserimos aquilo que ele já sabe, com novas informações, unimos com algo significativo, prazeroso.

Como preparar essas aulas

Neurodiversos

Existem diversas formas de trazer um conteúdo real para esse aluno adolescente que, por sua vez, está no ensino médio, mas não sabe trigonometria, ou as orações subordinadas, ou as propriedades da luz. Porém, ele sabe muita coisa, e todo conhecimento é válido e importa para transformá-lo em ensino significativo.

Vamos a um exemplo real: um dos nossos alunos resolveu ir para a Austrália. Primeiro entendemos que lá é outra moeda, que os países podem ter “dinheiros diferentes”. Ele sabe o conceito de dinheiro, mas vamos aprofundar e vamos testar! 

É fazendo que a gente aprende, correto? Então, vamos treinar!

Viu como é importante pra ele saber as quatro operações básicas da matemática?! O que fazemos é usar um conteúdo que ele já saiba ou tenha algum conhecimento com algo real e prazeroso.

Mas Dani, não dá pra fazer isso com todos os conteúdos! E nem é essa nossa intenção. Nossa meta é trazer o que é ensino significativo, real e inclusivo para esse aluno.

Com dedicação, esforço e muito amor, a gente consegue dar significado aos conteúdos que para esse aluno só servia para fazer prova e causar estresse.

A importância da aprendizagem significativa para socialização de alunos autistas

atípicos

Devemos sempre lembrar que adolescentes autistas e/ou com dificuldade de aprendizagem, na sua grande maioria, tem dificuldade de socialização. Os seres humanos são biologicamente sociais. Quando começamos a ficar em bandos, nos tornamos mais fortes! Ao formar tribos, crescemos socialmente e aumentamos nosso conhecimento. Além disso, quando nos comunicamos, também melhoramos nossas habilidades gerais

Nossa aulas também tem como alvo que os assuntos abordados tragam para esse aluno temas que ele possa socializar. Como assim? Trazemos temas do cotidiano, e inserimos em conversas que esse aluno possa ter. 

Uma das maiores frustrações que ouço dos meus alunos atípicos é não saber iniciar uma conversa. Para isso, trazemos em nossas aulas, temas atuais, relevantes, curiosidades. E mostramos como ele pode inserir isso no seu dia a dia, é muito gratificante quando um desses alunos volta em uma próxima aula e diz: “Ei Dani, sabe aquela aula sobre fauna e flora da Austrália? Eu falei hoje com um amigo da escola sobre ela! Contei sobre o coala!”

Percebem a importância? Foi dessa aula que meu aluno falou: 

Reparem que a aula é interativa. A gente faz uma parte, ele outra. Qual a relevância disso? TODA! A aula é previamente pensada, criada, construída com bases pedagógicas para que o nosso aluno interaja, aprenda novos conceitos, use matérias já conhecidas de outra forma, aprenda um pouco mais sobre o uso das ferramentas tecnológicas e possa unir tudo isso para construir sua autonomia.

Você é mãe, pai, responsável ou conhece alguém que se beneficiaria desse modelo de estudo?

Somos todos eternos aprendizes, por isso incentivamos que todo conhecimento seja reconhecido e valorizado.

Nós, da Academia do Aprender, realizamos a gestão da rotina escolar do estudante para a promoção de uma aprendizagem significativa e para o desenvolvimento da autonomia e do hábito de estudos.

Saiba identificar se o seu filho precisa de Apoio Pedagógico, leia também o artigo: 5 sinais que indicam que o seu filho precisa de Apoio Pedagógico

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Sobre a autora,

Biologia

Daniela Camporez

Graduada em Biologia pela Universidade Federal do Espírito Santo, Mestra e Doutora em Biotecnologia pela Universidade do Espírito Santo com ênfase em doenças neurodegenerativas. Pós graduada em Educação Inclusiva pelo Centro Universitário UniAmérica. Sócia da empresa Academia do Aprender. Atua atualmente como Professora e Coordenadora da Academia do Aprender.