Lembro como se fosse hoje quando meu primeiro filho nasceu. Aquela cena foi eternizada em minha mente e no meu coração.
Jamais somos os mesmos depois de sermos pais e mães. No nascimento do meu segundo filho, tudo parecia novamente impactante, mas ao mesmo tempo que novamente eu era Pai, havia um pequeno ser que também dividia essa alegria comigo, seu irmão mais velho.
Talvez seja possível imaginar que dois filhos dão mais trabalho que um apenas. Porém minha experiência diz que educar dois filhos é um pouco mais fácil.
Claro que os fatores e possibilidades são enormes. Dois meninos, um menino e uma menina, duas meninas, um dos filhos com alguma excepcionalidade ou ainda uma doença neste início que gera outros desafios.
A verdade é que ninguém é igual a ninguém e isso também se aplica às crianças. Somos diferentes em tudo quando comparados uns aos outros.
Uma criança pode ter o mesmo local de nascimento, bairro, idade, dia, sexo, cor e no entanto não ser igual em nada ao outro.
Também esse ponto se refere aos pais. Se nossos filhos são nossa melhor e pior face, lembre-se que eles carregam a carga de gerações em seus genes. Desta maneira, são fruto de muitas e muitas transformações.
Eles podem simplesmente não se parecer em nada em comportamento e feições aos seus pais genitores.
Lendo apenas esta pequena parte deste artigo, coloco para você como é desafiador ser pai e mãe. Desejo que continue comigo nesta leitura para juntos percorramos a jornada em busca de uma paternidade ou maternidade no mínimo mais leve.
A DIFÍCIL TAREFA DE SER PAI E MÃE
Ser pai e mãe não é algo simples. Não fomos educados para sermos pais e mães ou ainda não fizemos treinamento ou formação para esta tarefa.
Assim que o filho ou filha nasce, imediatamente somos elevados a pais e mãe. A questão é que nunca mais deixaremos de ser.
O peso de ser pai e mãe leva muitos adultos a crises, fugas ou mesmo a término de relacionamentos.
A vida muda completamente, sendo que nos primeiros dois anos provavelmente sua vida será outra. Seja pela regularidade nas horas dormidas ou ainda nos relacionamentos sociais.
Como este novo ser toma muito da escassa atenção, surge no radar um enorme desafio de organizar a vida diante de tantas mudanças.
Se neste primeiro momento as crianças apenas precisam de atenção às necessidades básicas, nossas vidas sofrem uma transformação tamanha que apenas com muita resiliência e sabedoria é possível manter a sanidade.
Os primeiros anos são de cuidados essenciais à vida, mas à medida do tempo que eles crescem, somos provados em nossa capacidade de sermos sábios.
As crianças são adultos em potência, como dizia Aristóteles. São uma fonte de energia sem direção definida. Como educá-los se eles praticamente monopolizam o tempo que temos com eles?
Sobre isso, quero aprofundar um pouco mais com você.
CONFLITOS, BRIGAS COMPETIÇÃO PELA ATENÇÃO – EDUCANDO FILHOS NA PÓS PANDEMIA
Sou pai de dois meninos. Nascido em uma casa onde apenas irmãos homens eu tive, tudo parecia ser mais fácil quando enfim meu primeiro filho nasceu.
Leve engano, pois, ser filho é muito diferente de ser pai. Os conflitos nascem justamente da dificuldade que temos em respeitar as fases dos nossos filhos e compreender que eles são apenas crianças.
Em muitos casos, adotamos uma postura de querer dos nossos filhos atitudes de adultos. Trago este ponto justamente porque o desenvolvimento das crianças nos dias atuais talvez de maneira mais explícita que no passado apresenta a nós pais e educadores alternativas que dificultam demais nosso posicionamento, inclusive quando estamos educando filhos na pós pandemia.
Uma criança de dois, três ou quatro anos pode apresentar comportamentos para determinados temas com posicionamentos idênticos aos de um adulto.
Em outros momentos, são crianças. E este é o ponto. No final eles são ainda crianças. Precisam de limites, regras, educação e acima de tudo autoridade dos pais.
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Uma das maiores dificuldades que temos enquanto pais é corresponder a atenção que nossos filhos exigem e necessitam.
Nossa vida é tomada por atividades de todas as naturezas que drenam nosso tempo e apertam o pouco espaço que resta para nossa família em nossos diferentes papéis auxiliando e educando filhos na pós pandemia.
Neste momento temos que definir o que afinal queremos enquanto seres humanos. Ser pai ou mãe exige dedicação e mesmo que seja difícil fazer escolhas o dilema de separar um bom tempo para nossos pequenos precisará ser respondido.
O mais insano é que um filho irá demandar segundo alguns estudos mais do dobro de atenção dos pais do que ter dois filhos com idade próxima.
Assim, a máxima que ter dois filhos acaba sendo mais fácil que ter um começa a tomar mais corpo.
O DESAFIO DO EQUILÍBRIO NO USO DO DIGITAL
A fuga para o digital tem sido um dos caminhos encontrados pelos pais para entreter os pequenos.
Se por um lado o digital realmente auxilia e tem boas condições de desenvolver capacidades cognitivas neles, por outro lado pode criar uma disfunção muito comum nos consultórios de psicologia a chamada ausência de conexão com os pais.
A ausência de conexões humanas e a onipresença do digital podem levar seus filhos a simplesmente não saberem fazer nada sem um dispositivo eletrônico na mão, dificultando o entendimento sobre como podemos continuar educando filhos na pós pandemia.
Na mesa das refeições em casa ou nos restaurantes, nas atividades do dia a dia, substituindo os brinquedos tradicionais e sendo até o instrumento para dormir o excesso do digital já é uma dos maiores desafios a serem superados na educação e no desenvolvimento.
Sem meio termo o que vivemos é uma epidemia de consumo de conteúdos digitais. Canais do YOUTUBE que nada incentivam o conhecimento, mas apenas oferecem produtos de seus criadores, programas com conteúdos ruim ou de pouca clareza não devem ser oferecidos aos nossos filhos.
Com os Jogos então o cuidado é redobrado. Muitos deles são violentos e incitam a competição em um momento de desenvolvimento cerebral. O cuidado com tais conteúdos deveriam ser para os pais tão importantes como a preocupação que temos com outros tipos de violências.
Esquecemos que o digital é uma extensão do mundo real. Assim, não podemos ser inocentes em acreditar no que é oferecido.
GERAÇÃO COVID
Um dos reflexos da pandemia foi literalmente incentivar os casais a terem filhos. É visível que estamos diante de uma nova geração que foi gestada durante a pandemia.
Neste aspecto, temos ainda as crianças que no início da pandemia tinham dois a três anos que praticamente foram privadas do contato humano, restrito as pessoas mais próximas.
O gap de desenvolvimento relacional pode em alguns casos ter sido enorme. Os traumas e neuroses ainda serão percebidas, mas não estarão restritas apenas a esta faixa etária.
Teremos por anos crianças com novos desafios antes não imaginados.
Um deles, como disse acima, foi o incrível aumento do acesso ao digital por esta geração. Eles foram expostos a este modelo de informação e entretenimento mesmo sem querer.
Não havia muitas possibilidades uma vez que a casa se tornou o lugar de trabalho e refúgio para fugir da pandemia.
Somos ainda agentes históricos, assim, apenas em alguns anos, saberemos o tamanho do estrago psicológico que foi criado. Você enquanto pai e mãe pode minimizar este ponto.
Para isso, esteja atento à educação dos seus filhos e acompanhe seu desenvolvimento. O bom é que você não está sozinho. Nós podemos ajudá-lo, mas para isso você precisa entender que a autoridade dos pais precisa ser resgatada.
O RESGATE DA AUTORIDADE
Acredito que este deveria ser o ponto principal a ser resgatado no pós pandemia. Não que existia antes da pandemia uma autoridade estabelecida dos pais. Mas na verdade neste período de pandemia a autoridade entrou em declínio, isso é fato.
É bastante fácil perceber isso, basta você andar nos shoppings e parques e ver a quantidade de pais e mães que demonstram dificuldades enormes em manter seus filhos dentro de limites.
Ele por sinal é um dos pontos sensíveis desta perda de autoridade. Pai e mãe fazem concessões nos dias atuais não impondo limites por justamente terem a sensação de que seus filhos estão sendo punidos pela situação em que vivemos.
Se antes a insegurança era o maior dos males, hoje a casa também passou a ser insegura uma vez que quem está no poder são crianças que jamais poderiam ter tamanho poder como hoje desfrutam.
Pais e mães são a autoridade máxima de uma família. Pouco importa o que disserem a você, crianças são crianças e isso deve ficar claro.
Muito longe de qualquer atitude violenta com nossos filhos o que falta a grande maioria dos pais é perceber que a ausência de limites e a perda do seu poder estão criando crianças sem limites e sem objetivos.
Impor limites é ter um momento para as refeições para estudar, jogar e dormir.
Sem limites, reina o caos. Bem, este não é um ponto simples e sei disso. A educação pode ser o começo da sua retomada da autoridade e neste ponto nós podemos ajudá-lo.
Começando a coordenar os estudos dos seus filhos, sendo apoio para os pais e professores como também acompanhando a evolução deles durante os anos, estaremos educando filhos na pós pandemia.
Cada um de nós é único. Compreender isso é essencial para ajudá-los a não perderem o encanto com os estudos.
Educar é entender o sentido do que é ensinado. Marque um momento conosco que teremos o maior prazer em apresentar para você uma nova possibilidade de educar e transformar seu filho.
Venha conosco. O resgate da sua autoridade como pai e mãe é o resgate da esperança de que teremos um mundo melhor.
Forte abraço e até nosso próximo encontro.
Sobre o autor,
Benício Filho – Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação e pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atualmente também está concluindo o curso de bacharelado em Filosofia pela universidade Salesiana Dom Bosco. Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador dá Palestras & Conteúdo, Sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio fundador da Agência Incandescente, sócio fundador do Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal), atua também como Mentor e Investidor Anjo de inúmeras Startups (onde possui cerca de 30 Startups em seu Portfólio), além de participar de programas de aceleração como SEBRAE Capital Empreendedor, SEBRAE Like a Boss, Inovativa (Governo Federal) entre outros. Palestrando desde 2016 sobre temas como Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência, já esteve presente em mais de 230 eventos (número atualizado em dezembro de 2020). É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul), bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas” e em dezembro de 2020 “Do Caos ao Recomeço”.